terça-feira, outubro 25, 2005

H5N1 - Vírus Gripe das Aves

Em Maio de 1997, o vírus Influenzae A(H5N1) foi isolado pela primeira vez em humanos, numa criança de Hong Kong que faleceu com o Síndroma de Reye – O Sindroma de Reye, envolvendo o sistema nervoso central e o fígado, é uma complicação rara em crianças e está associada à ingestão de salicilatos (p.e. aspirina), sendo mais frequente em crianças com Influenzae B e menos frequente nos casos de Influenzae A. Antes deste acontecimento, só se tinha conhecimento da ocorrência do vírus Influenzae A(H5N1) em diferentes espécies de aves ( daqui a designação de “gripe das aves”), incluindo galinhas e patos/gansos, sabendo-se ainda que a maior parte das galinhas infectadas morria num curto espaço de tempo, e que os patos/gansos eram os principais reservatórios do vírus. O subtipo H5N1 foi isolado pela primeira vez em estorninhos, em 1961, na África do Sul.

Transmissão
• Transmite-se aos humanos por contacto directo com aves doentes / infectadas ou superfícies contaminadas.
• De acordo com nota publicada pelo Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas – através da Direcção Geral de Veterinária (2005/09/02). O vírus da Gripe das Aves não se transmite por via alimentar, sendo por isso seguro o consumo de carne de aves.
• Difunde-se por intermédio de aves domésticas ou migratórias, sendo estas o seu reservatório natural.
• O vírus está presente nas fezes e secreções das aves.
• Questiona-se a transmissão Homem / Homem.
• O período de incubação é desconhecido – 1 a 2 dias ( ? )
Sintomatologia
• Inicialmente não se distingue de um caso de Gripe.
• Os sintomas têm início súbito, são intensos e incapacitantes.
• Febre elevada, arrepios, dores de cabeça, musculares e das articulações, acompanhadas de tosse não produtiva e prostração.
• A febre tende a ser mais elevada nas crianças, podendo levar a convulsões.
• Segundo o Instituto Robert Roch, cerca de 50% dos doentes apresentam diarreia severa.
• No caso da Gripe das Aves, os sintomas são mais intensos e tendem a ter um maior envolvimento do organismo que numa gripe vulgar.
Contágio
• Viagens por áreas afectadas
• Contacto com aves contaminadas vivas ou mortas (fezes, secreções)
• Contacto com superfícies contaminadas
• Permanece indefinido o risco de contágio Homem / Homem, assumindo-se que a existir, seja baixo
Risco Humano
A Gripe das Aves apresenta risco significativo?
• O vírus H5N1 é pouco contagioso como se demonstra pelo escasso número de doentes humanos, ressalvando-se contudo, que a mortalidade é muito alta.
• Há que ter em atenção:
- Mutações frequentes dos genes
- Possibilidade de recombinação entre antigénios humanos e animais
Prevenção
Vacinação
• Não há vacina específica; nos Estados Unidos da América, encontra-se em fase experimental uma vacina para uso humano;
• Recomenda-se a vacinação contra a gripe (a fazer anualmente) que poderá conferir protecção contra uma possível recombinação do vírus influenza com a estirpe aviária.
Outras Medidas
Antes de viajar por áreas endémicas deverá:
• Informar-se sobre a Gripe das Aves;
• Comparecer numa “Consulta do Viajante“;
• Vacinar-se contra a gripe;
• Levar medicação adequada, nomeadamente OSELTAMIVIR “TAMIFLU“ – medicamento que poderá ser usado para prevenir ou diminuir a intensidade dos sintomas da Gripe das Aves;
NUNCA VIAJAR FEBRIL.
Durante a viagem:
• Evitar o contacto com aves, mercados ou quintas onde existam aves, bem como locais potencialmente contaminados;
• Lavar as mãos frequentemente;
• Fazer, se necessário, limpeza com toalhetes desinfectantes;
• Usar lenços e toalhas descartáveis;
• Promover uma adequada ventilação dos espaços, evitando locais com grande concentração de pessoas e / ou mal ventilados;
• Evitar eventuais contactos com portadores de síndromas gripais ou estados febris;
• Procurar fazer uma dieta equilibrada, exercício físico e repouso adequados, de modo a manter as defesas do organismo;
• Procurar cuidados médicos mal se manifestem os primeiros sintomas, o que será ainda mais imperioso aquando do regresso de áreas onde cursa a doença.


Informação da SPEA (Soc. Port. Para o Estudo das Aves).

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