terça-feira, abril 11, 2006

Parar é morrer

Acho que nunca acreditei tanto como hoje na frase "parar é morrer". Talvez nunca a tivesse visto acontecer, mesmo ao meu lado.
"Ao princípio é como mais um dia que começa, saímos de casa e comentamos, baixinho, o belo dia de Sol que está. Sentimos que não nos falta nada, sentimos que podemos caminhar infinitamente, sentimos que encontramos o belo por onde quer que passemos.
Está mesmo um belo dia de Sol. Começamos então a parar de vez em quando, como se para absorver melhor toda a beleza da vida, como se achássemos que afinal já não precisamos de caminhar até ao infinito porque o que temos a nosso lado basta-nos.
Começamos a parar cada vez mais, só que agora cada vez mais distraídos, não reparamos no pôr-do-sol magnífico que se avizinha, não damos importância ao que temos a nosso lado. Até que um dia...
Um dia descobrimos que era a matéria de que somos feitos que nos começou a fazer parar:
o mundo gira à velocidade estonteante a que sempre girou e agora os nossos pés calejados e cansados não nos deixam andar mais. Logo agora, que compreendemos finalmente a grandeza de um pôr-do-sol. E é tão difícil aceitar que o Sol se vai por para sempre, e que só nos resta o tempo a passar por nos sem termos nada para o ocupar. Sem o conseguirmos ocupar. Sem te conseguirmos ocupar. Até que um dia... Nós serás o Sol, lembrado em cada coração que te tiver consigo."

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